quinta-feira, 22 de maio de 2008

Os últimos dois anos e meio da vida de Fernando

Primeiro acreditou. Amou sem titubear. Teve medo. Foi traído. Descobriu. Perdoou. Não esqueceu. Enfrentou. Caminhou. Sempre lado a lado. Foi traído. Malogrado. Descobriu. Trancou-se. Quis terminar. Não entendeu. Aceitou. Preparou o café. Levou com cuidado. Chorou pitangas. E passou a ter mais zelo. Foi traído. Descobriu. Decidiu terminar. Deixou passar o tempo. Enxergou novas possibilidades. Provou delas. Gostou delas. Gozou delas. Enjoou delas. Dispensou-as. Viu seu desejo cruzar o semáforo. Com luvas e guarda-chuvas. Cortou o sinal. Encostou ao lado. Fez novas experimentações. Aos poucos. Trancou-se numa redoma. Perdeu o tempo. Tornou-se vulnerável. Acelerou. Esqueceu o breque. Entregou-se. Foi traído. Descobriu. Perdeu qualquer resquício de moralidade. Age como um fescenino. Seu corpo pede trégua. Quer massagens. Mensagens. Sinais. Consegue sempre. Realiza-se com a paisagem. Frisa. Grava. Ganha o dia por apenas um momento. Todos os dias. Fica satisfeito com pouco.

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