Distrito de Curralinho, município de São José do Egito, interior de Pernambuco, Nordeste do Brasil. Terra de muitos conflitos. A começar por uma ciumeira causada pela predileção pelo santo de nome comum por aquelas bandas. A capelinha em homenagem foi erguida e destruída umas tantas vezes até que os fazendeiros de lá de perto terminaram por desistir de São Pedro. Aleluia!
O espaço do padroeiro fica à beira do Rio Pajeú. Aquele mesmo que vai despejar no São Francisco, que vai bater no meio do mar, laiá. Com água boa, como toda que descansa no semi-árido, ali dá vontade de entardecer.
Da fazenda até as costas da capela Cidinha andava mais de meia légua. Saia depois do almoço e chegava na hora que o sol quase se punha. Foi num dia qualquer que deu de cara o com aprendiz de peão da maior propriedade de Riacho do Meio, Oswaldo.
O moleque tinha 14 e pico comprovados na certidão e mais em nenhum documento. Talvez tirasse se um dia quisesse votar. Ela tinha dois anos mais e uma aparência cansada. De fazer o mesmo trajeto para ver o avermelhado do céu daquele ângulo, de ser sozinha.
Era a primeira chance dele. Ainda vivia a fase de descoberta, de aprender a controlar o corpo, de sentir. Precisava desviar o olhar pra não ser tão apressado. Ninguém visitava aquele lugar que instantes depois ficaria sem luz, com insetos.
Foi aproveitando um momento de distração que meteu pela primeira vez. Sem reclamações, não demorou a gozar. Isso se repetiu por meses até que repentinamente Cidinha desapareceu. Circulou na redondeza que a fazenda de Zé Alcides tinha perdido sua melhor vaca leiteira.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
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2 comentários:
Caraca!!! Muito bom, meu dengo. Muito bom!
É como já lhe disse: você arrebenta quando quer escrever...Eu diria brilhante e inusitado a este texto tão cotidiano que você com sua arte soube tão bem transformar...Gerando algo cômico e inteligente! Situação em que o cérebro é quem ri primeiro. É assim que tem que ser. Presenteie-nos com com mais brilhantismo!
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