Precisa acordar brisa, com a languidez de um corpo em curvas. E ter porto em meus braços de acarinhar pensamento durante os dias nublados. É também de sorrir de um canto ao outro, sem preocupações durante pelo menos os primeiros cinco minutos da manhã.
Precisa usar chinelos e ter cuidado com os pés. Gostar de experimentar banhos, harmonizando sais, som e luz. Há que se saber cozinhar ou então ter coragem de comandar caçarolas para um jantar combinado. E agir sem quaisquer pudores.
Basta ter um número de telefone e, entre tantas tecnologias, se satisfazer com uma máquina fotográfica. É preciso ainda saber dançar, escolher almofadas e plantas, dobrar guardanapos, fazer surpresa e guardar segredo.
Tem que entender de algum tipo de bebida. Ensinar sobre como escolher antes do primeiro trago, brindar mirando no olho e rir quando o sangue estiver mais espalhado pelo álcool. Mas é preciso ter conhecimento que entorpecer-se é uma forma de fugir da realidade. Então, é prudente que tenha uma dose de sensatez.
Precisa saber levar sobreiros. Usar bloqueador para o sol e repelente nos momentos de acampamento. Tentar ser lícito é uma boa, assim como, durante um passeio, nadar até a beira da praia e voltar ofegante. Ainda é necessário ser complacente em lábios e ter urgência de tato e paladar.
Para ser, de quando em vez se faz urgente sorver inutilidades e gostar de ser pedra para conseguir contemplar o movimento alvissareiro das formigas. Ter humor, peito largo e caixas para guardar reminiscências também conta ponto. Mas, sobretudo, precisa ter um ar exibicionista ao se espreguiçar.
sábado, 17 de janeiro de 2009
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2 comentários:
... E nem é preciso também disfarçar a poesia contida nas linhas da prosa... Muito bom esse post. Um beijo, S.
beijão do sifuxipá!
Bárbara Gondar
=*
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