Já tive umas das melhores transas da minha vida. Sou capaz de engolir sanduíche e batata frita com a ajuda de um refrigerante se estiver atrasado pra o trabalho. Torço pra sair do banco. Danço duas músicas debaixo do chuveiro. Consigo prepara quatro tapiocas ou dois miojos. Decido ir à praia, visto uma sunga e saio. Posso viver intensamente e lembrar isso pelo resto da vida. Acredito que é tempo suficiente para se virar o jogo. E, afortunadamente, em 2009 terei oito minutos a mais.
Para a noite de reveillon alguns cuidados. Cueca cor-de-rosa, sementes de uva guardadas, porco como prato principal da ceia – fuça pra frente e garante armários cheios o ano todo -, chinelo de couro branco com dinheiro preso na sola por uma fita adesiva pra começar o ano pisando na grana. Bom, ao menos os orientais dizem que a energia entra pelos pés. Então achei que tentar não faria mal.
Cumprir tantos rituais devia ser pra tentar substituir a ausência do mar. Havia não sei nem quanto tempo que sempre na virada eu pulava sete ondas, apesar de preferir os números pares. Esse ano começou mesmo diferente. Na laje da casa de um amigo, onde sempre há um abraço acolhedor, um churrasco ao ponto e muita gente bacana. Aliás, bacana e encarando uma proposta “avonts” mesmo na noite de reveillon.
Pouca gente levava um relógio no pulso e ninguém se lembrou de olhar as horas. Puxei o celular. Marcava 11h52. Os fogos começaram a estourar. Dançando, ninguém tinha se dado conta de que já era ano novo – ou não! Abraços, brindes, fotos.
Doze meses são suficientes pra se ficar exausto e entregar os pontos. Mas como já disse Drummond, aí entra dezembro e com ele a idéia de renovação no final do mês, de uma dia para o outro.
Quero uma nova história esse ano. Entrei nele trazendo oito minutos do que ficou no ontem. E hoje meu maior desejo é saber aproveitar esse tempo, que pode parecer pequeno, mas nele há espaço para muitas miudezas de que preciso.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
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Um comentário:
Drummond sempre nos dando conselhos definitivos sobre o tempo e como melhor vivê-lo. Bem, cheguei à praia faltando 5 minutos para 2009 e, como vc gosta tanto de música, foi uma espécie de contraste com os 5 minutos da música de Jorge Ben. E, embora eu não faça esses rituais todos, não porque seja cético ou coisa do gênero, mais por esquecimentos vários, na hora da virada mesmo, enquanto as luzes dominavam o céu da minha cidade, fiz apenas os meus pedidos, alguns bem generosos, outros inconfessáveis rs. Crico, tudo de bom pra vc e aqueles que te cercam, em 2009 e sempre! Abração!
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