sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Aliviando tensões (massagem é coisa de frutinha!)

Instrumento indispensável da vida moderna é o controle remoto. Em noites de impaciência e insônia o meu vem sendo usado mais que de costume. E foi numa dessa que comecei a trocar de canal até parar no Programa do Jô, no instante em que iria começar uma entrevista com a jornalista Fernanda Colavitti.
Apostei. Ela me pareceu ter um semblante bem comum, além de compartilharmos da mesma profissão e termos um blog. Era falar sobre o dela o motivo da entrevista. Sexo é o tema central da página. E até aí tudo muito convencional, já que é cada vez mais fácil encontrar o tal conteúdo para adultos nesse mundo virtual. Além do mais, as melhores entrevistas dele são com pessoas até então anônimas.
Mas logo no início do papo a gaja se mostrou atrativa. Ria de lado para parecer tímida, mesmo sendo notório que estava muito desencanada com todas as perguntas que penetravam, além de tudo, na sua intimidade. Sensacional é falar sobre isso sem nenhuma inibição. Melhor ainda é não ter a preocupação de dissociar a vida profissional da pessoal.
O blog da Fernanda é coorporativo. Está na página da revista Galileu, da Editora Globo. É isso mesmo. Ela tem o aval do chefe para pesquisar e falar sobre qualquer putaria e pleno horário de expediente, o que nós só fazemos na hora do cafezinho e em tom quase inaudível por receio de retaliação.
Falando em trabalho um dos trechos mais curiosos daquele papo foi o que motivou esse post. Desde março deste ano ela vem escrevendo e colecionando contatos. Um desses informantes passou o link da página de um grupo argentino denominado Los Fiesteros que surgiu nos anos 1990 com a proposta de trocar o chope do happy hour por sexo.
No início, eram seis pessoas que se conheceram num site de relacionamentos e marcaram outros prazeres pra depois das seis em um escritório no bairro de Villa Crespo. Os encontros aconteciam uma vez por mês sempre na última semana e mudavam de lugar, afinal explorar também novos ambientes sempre é bacana.
A cada edição eram convidados novos participantes, como nós fazemos naturalmente por aqui, chamando um amigo, um primo – qualquer pessoa menos o patrão – para uma mesa de bar. E logo aconteceu a primeira grande festa num chalé de dois andares com a presença de 110 pessoas.
Hoje tem tanta gente literalmente querendo entrar, que foi organizada uma página na internet para cadastrar todo mundo e informar através de newsletters onde acontecem as grandes surubas a cada 15 dias. Também foram estabelecidas divisões. Existem agora grupos mistos (com homens e mulheres) e grupos gays para homens acima de 18 anos, sem limite de idade e na faixa etária de 18 a 35 anos.
Durante aquela madrugada deitado no sofá ao meu lado só estava o celular. E foi nessa hora que eu descobri a importância da função escritório dele. Anotei os endereços dos sítios e entrei dias depois pra conferir.
Sobre impressões, aqui meus registros. Em tempos de tantas preocupações com doenças sexualmente transmissíveis vale lembrar que é bom ter prudência. Ela é prima-irmã da saúde. E não me venha com essa de que se pagando o equivalente a oito reais se tem direito a camisinha a noite inteira, além de armário pra roupas e uma bebida. Não deve ser fácil controlar um batalhão de gente de uma só vez. Ainda mais sentindo picos de tesão.
Sobre curiosidades, também digo. Há uma recomendação expressa para que ninguém seja deixado de lado e assim, como uma democracia, todos possam desfrutar. E o mais interessante é ler as regras. A sexta delas proíbe o uso dos banheiros para fins sexuais, justificando que no meio da galera sempre tem gente que precisa usar as dependências pra valer. Não vi qualquer tópico dispondo sobre o que fazer com outros fetiches. Logo, concluo que pode ser interessante pra os mais exibicionistas.
Nessas orgias acho que deve rolar um esquema mais pancadão, com direito a tapas e tudo mais. Imagine o que é encontrar um bando de gente estressada, que acabou de sair do trampo com todas as pressões de ter de bater metas!
Nunca ouvi dizer que exista algo parecido por aqui, mas Los Fiesteros informam que a prática já foi espalhada para outros países, inclusive o Brasil. Na minha cidade, movimentos de outras culturas, até mais amenas e limpinhas tem sido vistos com um tanto de estranheza. Um deles foi proposto por um empresário da hotelaria local, Eduardo Bagnoli. Ele sugere que seja criado um local para prática do naturismo, numa praia ao lado de Ponta Negra, onde só é possível chegar com a ajuda de embarcações de pesca artesanal.
Hilário seria ver os pescadores transportando peladões pra lá e pra cá. Diz que isso poderia atrair mais turista. Na página do outro grupo na web se incita o turismo sexual, e por essas bandas há outdoors combatendo a prática da gringalhada. Difícil é saber quem está na mão certa, dos novos tempos. Mercado pra tudo já ficou claro que existe.

P.S. 1: Para quem achar curioso ou excitante, fica o endereço. http://www.grupolosfiesteros.com/
P.S. 2: Aviso aos navegantes que não existe nenhum motivo especial para esse texto ter sido escrito em plena sexta-feira.

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