quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Maníacos, parlamentares e humoristas: qual a graça?

Apenas acompanhando o noticiário por uns dias, sem reportar nada a qualquer e essa noite pela primeira vez meu sonho fez um movimento pendular. Estava na redação de um jornal vivendo a mesma dinâmica louca que me fez dar um tempo no ofício. Entre regras e edições que mostram o recorte da realidade mais interessante para os menos alvissareiros – mais lembrados como chefes. Levanto sonâmbulo e antes das cinco estava num hospital.

Um gânglio crescido na nuca, por trás da orelha fez a primeira médica suspeitar de rubéola. Hemograma para verificar a presença do vírus e nada confirmado. O número de leucócitos estava em mais de seis mil e o de plaquetas em 234 mil por milímetro cúbico. Aparentemente normal em número e aspecto, resumia o exame. “Faça compressas de água gelada”, recomendou a segunda plantonista, antes de me liberar.

Ontem o incômodo pela infecção maldita me tirou o sono. E os vídeos noturnos aumentaram a dor de cabeça. Recebi o endereço de um amigo dos mais chegados e resolvi abrir, mesmo vendo o aviso sobre a inadequação para menores de 18 anos e que o Google dizia não endossar o conteúdo do blog. Apertei seguro no “estou ciente e quero continuar”.

Automutilação, anomalias, acidentes, estupro, tortura, decapitação e dor são alguns dos tópicos da página que explica: a palavra tragédia tornou-se uma aplicação costumeira para designar um acontecimento doloroso, catastrófico, acompanhado de muitas vítimas, ou ainda para descrever o desenlace de uma paixão qualquer que redundou num horrível assassinato.

Falando em assassinatos, a gravação de uma série deles foi a menos densa que vi. Mostrava três jovens de cerca de 20 anos que matavam suas vítimas como barras de ferro, martelo e outros objetos pesados. Os maníacos cometiam crimes com requintes de crueldade e registravam tudo de um celular. Na cidade de Dnepropetrovsk, na Ucrânia.

Achei que fosse montagem, mas uma pesquisa rápida pela web mostrou que não. Pensei em mudar pra outro tipo de crime, que já não me chocasse tanto e parei no twitter, na postagem do deputado Henrique Eduardo Alves dizendo: ocupei a tribuna, há pouco, para expressar minha indignação e revolta pela divulgação de um vídeo com uma denúncia torpe e absurda! Uma calúnia, uma montagem, feita por sujeitos desqualificados, não pode encontrar guarida na mídia do meu país!

O parlamentar falava da denúncia mostrada pela grande mídia de que ele, por suposto, recebia propina no mensalão do Distrito Federal que já vai muito além do DEM. O também nesse caso inclui quem está na cadeira que o deputado postula no próximo ano, o presidente da Câmara, Michel Temer, igualmente do PMDB.

Henrique diz que é tudo uma armação do ex-operador da Bolsa de Valores de São Paulo, Alcyr Collaço, denunciado por haver cometido operações suspeitas, investigadas pela CPI do Correios em 2005 e que teve prisão decretada, ficou foragido e depois o mandado foi revogado.

É importante dizer que tudo isso pode mudar. O site sair do ar a partir do pedido de internautas ao hospedeiro maior e os parlamentares que sutilmente se fazem eleger, fiquem inelegíveis.

Hoje é dia internacional contra a corrupção, instituído pela Convenção das Nações Unidas desde 2003. Data que faz lembrar o poder de mobilização da sociedade. Agora, se você está realmente muito cansado, veja pelo You Tube o vídeo da Mhel Marrer. É super divertido e até a dor de cabeça se torna passageira. Pena que o que é bom, e, paradoxalmente, imaginário - dure pouco mais de quatro minutos.

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